A Liberdade de Expressão de um Autor
Até onde vai a Liberdade de Expressão de um Autor?
Vivemos dias esquisitos em nossa sociedade, onde todos vigiam todos e cada passo dado, cada palavra proferida corre o risco de ser julgada e condenada, por alguém que se julga no direito de se colocar na posição de juiz, decidindo em causa própria, se esquecendo que somos uma sociedade, a vontade de um não pode ser soberana em detrimento dos demais.
A partir dessa realidade como fica o autor, escreva ele; para teatro, televisão, livros, etc? Que caminho deve ele percorrer? Que tema deve abordar? Deve se preocupar em agradar alguém, um grupo, a todo mundo? Quantas questões a serem respondidas antes de escrever, mas será que se o autor for pensar em tudo isso antes ele conseguirá ser criativo, desprendido, fiel as suas vontades/verdades? O que fica de tudo isso, é que quanto mais se pensa no outro na hora de escrever, mais difícil fica de se ter um bom texto, pois como na vida toda vez que queremos agradar acabamos por tornar superficial nossos sentimentos e nossas intenções.
O trabalho de um autor é na maioria das vezes solitário, angustiante pelo fato de que a busca da palavra certa que traduza a imagem perfeita para o público exige investigação, pesquisa, observação e a incerteza do resultado, da ideia concebida dentro da mente do autor, até a chegada ao público, percorre um longo caminho e muitas interferências, angustiante espera.
Todo autor, acredita-se, intencionalmente ou não, busca colocar o assunto escolhido sob uma ótica que possa causar a reflexão de quem assiste, porque é isso que acontece, ninguém passa impune quando estabelece um contato com uma obra literária seja de que modalidade for, e quando se trata da experiência teatral, isso se torna mais flagrante ainda e tudo começa com a iniciativa, a criatividade, a inquietude de uma pessoa que quer dizer para o mundo algo que o incomoda ou se sente impulsionado a assumir o papel de porta voz de uma causa, desta forma o seu texto poderá ser um balsamo para uns e uma ofensa para outros, ampliará os horizontes para uns e fará com que outros recuem, são os riscos que devem ser assumidos por aqueles que querem expor sua visão a respeito de assuntos e buscar contribuir para uma sociedade mais saudável.
O que fica de tudo isso é que ser autor é uma queda livre constante, nuca se sabe o efeito exato que as palavras proferidas irão causar, por isso é importante ter convicção ao escolher versar sobre um determinado assunto, para que o maior incomodo que um autor pode ter não aconteça, que é: Mas não era isso que eu queria dizer!
Nunca se pode esquecer que ao colocar as palavras no papel, o autor está perpetuando aquela ideia e dando o aval para que o público o julgue. Se você tiver certeza do que quer, escreva, se não tiver, amadureça!